“A geopolítica do século 21 será definida pela atuação de Estados Unidos, Rússia, China e Índia” afirmou o professor José Luis Fiori na atividade de lançamento do Front, nesta quinta-feira (4), em Porto Alegre. O sociólogo lamentou a posição subordinada adotada pelo Brasil no tabuleiro internacional que coloca um país de proporções continentais e com riquezas naturais “com importância zero” no atual cenário internacional. Para Fiori, a análise de conjuntura internacional se tornou mais complexa, pela quantidade de variáveis e movimentos simultâneos dos Estados Unidos e dos três países com capacidade para se tornarem potências globais. Neste contexto, a grande virada na conjuntura foi a eleição de Donald Trump, marcando um período de absoluta transparência nos planos de intervenção norte-americanos, ao mesmo tempo em que a potência “não tem nada a oferecer, não promete nada, não finge que virá algo melhor no lugar dos governos que pretende derrubar”. Ainda, este “é um cenário delicado, diferente da guerra fria, em que um movimento em falso pode causar estragos globais quando você tem armas capazes de atingir 30 alvos ao mesmo tempo e em poucos segundos e disputa batalhas simultâneas em vários territórios”. Por isso, prevê que o comportamento destes países deve evitar o enfrentamento direto, a guerra convencional, substituindo por um jogo de ameaças e recuos.
A palestra “Geopolítica e conjuntura internacional” marcou o lançamento público das atividades do Front – Instituto de Estudos Contemporâneos e ocorreu no auditório da Afocefe Sindicato, em Porto Alegre, com a presença de militantes dos movimentos populares, intelectuais e estudantes.